Por Miguel Calil
16 de setembro de 2024
O Poder do Silêncio do alemão Eckhart Tolle, o mesmo de O Poder do Agora (que é maravilhoso e tem resumo aqui no blog!). Fala da importância de nos mantermos em silêncio em alguns momentos do dia neste mundo agitado que vivemos. E o silêncio nos dá também a resposta para muitas de nossas perguntas que gira em nosso interior. Eu sempre ouvi a seguinte expressão popular: "Nós temos dois ouvidos e uma boca, então, o certo... é ouvirmos mais do que falar". O livro aborda a nossa relação com o ego, o "eu criado pela mente" e a mente autocentrada. O ego está sempre buscando. Busca sem cessar isso ou aquilo para se sentir mais completo. Isso explica porque ele se preocupa compulsivamente com o futuro e acontece o abandono da mente autocentrada. Torna-se então possível escolher concentrar toda a atenção no momento presente. Reclamar e reagir são as formas preferidas da mente para fortalecer o ego. Jogam a culpa das responsabilidades nos outros. Procuram fazer com que os outros ou as coisas estejam "erradas" e só elas estejam "certas". Estando "certas", elas se sentem superiores e assim, fortalecem o ego. Assim como no livro O Poder do Agora, do mesmo autor, fala em um capítulo da importância do momento presente. O momento Agora é a única coisa da qual você jamais conseguirá escapar, o único fator constante em sua vida. Fala da importância de acolher bem o presente e tratá-lo bem. A única coisa que sempre existe é o Agora. Procurar o que é prioritário em sua vida no Agora. E não se acomodar. Tem pessoas que não vivem o presente e ficam sintonizadas apenas no futuro. O Agora é como é, porque não pode ser de outro jeito. Quando diz "sim" às coisas como elas são , você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria vida. Só então, pode se tornar agente de uma mudança positiva no mundo.
A obra fala que existe algo mais importante do que todas: encontrar a essência de quem você é para além dessa entidade de curta duração, que é a noção personalizada do "eu". Quando você não se dá conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. Quando não sabe quem é, você cria um "eu" na mente para substituir o seu lindo e divino ser e se agarra a esse "eu" amedrontado e carente. Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que realmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superfície do "eu" - além do nome, do tipo físico, da sua história. Quando você sabe quem realmente é , tem uma enorme e intensa sensação de paz. O Ser em sua plenitude já está dentro de você. Agora.
Fala também da aceitação em nossas vidas. Aceitar a vida como ela é. É a entrega nas coisas que fazemos e não o esforço. Quando você diz "sim" para as situações da vida e aceita o momento presente como ele é, sente uma profunda paz interior. A paz que existe dentro de você permanece a mesma, não importa qual seja situação externa. Ao aceitar e entregar-se, você continua a conhecer pessoas e a se envolver em experiências e atividades, mas sem os desejos e medos do "eu" autocentrado. Ou seja, você deixa de exigir que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um fato o satisfaçam ou façam feliz. A natureza passageira e imperfeita de tudo pode ser como é. É por isso que, ao parar de resistir internamente, você costuma achar que as coisas melhoraram. A aceitação e entrega a Deus ou a um ser superior. Aceitar o inaceitável é a maior fonte de graças que existe. Ás vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe.
O capítulo Natureza fala da importância da Natureza para a Humanidade, que o Homem anda devastando ( vale lembrar das queimadas, o calor exacerbado e a falta de chuvas que estão acontecendo no Brasil neste segundo semestre de 2024 e a destruição da Natureza realizada pelo próprio Homem). Trecho de abertura do capítulo: " Dependemos da natureza não apenas para nossa sobrevivência física. Precisamos dela também para mostrar-nos o caminho para dentro de nós, para libertarmos da prisão da mente. Ficamos perdidos fazendo coisas, pensando, lembrando, prevendo - perdidos nas complicações e num mundo de problemas." Sair do caos do dia a dia.
Fala do julgamento ao próximo que tem origem em padrões inconscientes e condicionados. Uma falsa identidade para aquele que você julga que diz mais de si do que do próximo. Se o passado de uma pessoa fosse o seu passado, se a dor dessa pessoa fosse a sua dor, se o nível de consciência dela fosse o seu, você pensaria e agiria exatamente como ela. Ao compreender isso, fica mais fácil perdoar, desenvolver a compaixão e alcançar a paz. Fala da importância de ouvir o próximo com calma, algo essencial no relacionamento. Segundo o livro: Ouvir com atenção é uma habilidade rara, que é muito mais do que escutar. É deixar as palavras serem acolhidas. O livro fala da necessidade do ser humano em estar sempre certo nos padrões básicos do autocentrado. O ego necessita sempre estar em conflito. Fala do " corpo sofrido", ou como eu também chamo de " corpo de dor ", que é a dor acumulada do passado que todos nós temos. Essa dor vem tanto do nosso passado como do sofrimento coletivo da humanidade, que remonta a milhares de séculos. Fala do apego à matéria. No capítulo A Morte e o Eterno aprendemos que a morte não é o contrário da vida. A vida não tem oposto. O oposto da morte é o nascimento (para a vida após a morte como prega o Espiritismo e as religiões que também acreditam). A vida é eterna.. Fala da transitoriedade e brevidade da vida. Quando admite e aceita a natureza fugaz e passageira de todas as formas de vida, você é invadido por uma estranha sensação de paz.
Perder algo concreto que você inconscientemente identificou como seu pode ser uma experiência muito dolorosa. É como se ficasse um buraco na sua existência. A morte não é uma anomalia nem a coisa mais terrível que pode acontecer, como a cultura moderna nos quer fazer acreditar. A morte é a coisa mais natural no mundo, tanto quanto o nascimento. No capítulo Sofrimento e o fim do Sofrimento fala em começar a aceitar as coisas tais como são. Você atinge a liberdade e o fim do sofrimento quando vive como se o que sente ou o que experimenta neste momento fosse uma escolha completamente sua. Daí podemos falar do planejamento reencarnatório que se aborda no livro Missionários da Luz de Chico Xavier pelo espírito do ex-médico André Luiz. Essa harmonização interna com o Agora é o fim do sofrimento. O sofrimento é necessário até que você se dê conta de que ele é desnecessário. Há muito sofrimento e tristeza quando você acha que cada pensamento que passa por sua cabeça é verdadeiro. Não são as situações que causam infelicidade. Sãos os pensamentos a respeito das situações que deixam você infeliz. As interpretações que você faz, as histórias que conta para si mesmo é que deixam você infeliz.A infelicidade e os problemas não conseguem sobreviver ao Agora. Procurar não "rotular" os pequenos acontecimentos. O milagre é o seguinte: por trás de cada situação, pessoa ou coisa que parece "má" ou "perversa" está contido um profundo bem. Este bem se revela a você - interna e externamente - quando você aceita a situação como é" "Não resista ao mal" é uma das maiores verdades da humanidade. "Oferecer o seu sofrimento a Deus" é outra forma de fazer isso. Jesus Cristo diante da cruxificação: " Faça-se em mim segundo a Tua Vontade, e não a minha". O livro O Poder do Silêncio é um ótimo livro para dar continuidade na leitura do livro O Poder do Agora, ambos do mesmo autor, Eckhart Tolle. Um complementa o outro!
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