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Atendimento Fraterno - Projeto Manoel Philomeno de Miranda .

 


Por Miguel Calil 

29 de janeiro de 2025

Este livro ensina como ajudar e como receber ajuda; como escutar e ser escutado. É a essa arte de ajudar que chamamos Atendimento Fraterno. Em Jesus, que jamais se recusou a receber quantos O procuraram, temos o modelo de Atendimento Fraterno. Ele ouvia a todos e compreendia a todos e como um dos livros já mencionados neste blog, Jesus, foi o maior psicólogo de todos os tempos, como temos na obra Jesus e Atualidade de Divaldo Franco, pelo espírito de Joanna de Ângelis. Neste texto, vou traçar um paralelo entre o que vivenciei dentro de um centro espírita como atendido de Atendimento Fraterno ou cliente, como se chama no livro, e como frequentador e trabalhador de um centro espírita e a teoria do livro. Em São Paulo, na região central, onde frequentei um centro espírita, o Atendimento Fraterno era obrigatório para todos que adentrassem no local, além de tomar o passe. Falávamos de nossas dores, angústias e problemas cotidianos. Eu era muito jovem na época. Éramos levados para uma outra sala, onde era ministrada uma palestra espírita e depois tomávamos o passe na saída. Já em Rio Preto, no CEDER seguíamos o mesmo roteiro. Na mesma cidade, no GEAL ( Grupo Espírita André Luiz ), o frequentador ou novo frequentador, que tem o tal problema ou angústia se dirige à ala do Atendimento Fraterno, ao recepcionista, recebe uma ficha e fica na fila de aguardo para ser atendido pelo atendente fraterno. Depois assiste uma palestra, que segundo Erika Federizzi (vice-presidente do GEAL ), faz parte do tratamento do atendido. E depois vem o passe específico para cada tipo de caso do atendido.  

Este livro em questão é organizado pela equipe do projeto Manoel Philomeno de Miranda e a edição deste resumo do livro é revista e ampliada com uma entrevista do médium Divaldo Franco. O Atendimento Fraterno não se propõe a resolver os desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas propor ao cliente, atendido ou paciente se podemos falar, os meios hábeis para a própria recuperação. Em 2024, fiz a primeira parte do curso de Atendimento Fraterno que era dividido em duas partes. No segundo semestre de 2024, se não me engano, fui convidado por uma colega e amiga de GEAL  ( Grupo Espírita André Luiz) para fazer um teste no atendimento fraterno no TDM para pessoas com depressão. E por não ter ainda realizado a segunda parte do curso que seria ministrado futuramente, não pude dar continuidade. Mas algo que percebi, é que o Atendimento Fraterno que passa por uma avaliação para que o profissional comece a atuar, não era para mim. Então, eu por opção e por não ter realizado a segunda parte do curso, não realizei o trabalho de Atendimento Fraterno no GEAL em momento algum. Eu teria que ter um preparo psicológico e espiritual para lidar com situações que envolvem o mundo dos espíritos e o sobrenatural ( se podemos chamar de sobrenatural - pois o mundo real é  o mundo espiritual, não é?) como obsessões. O livro aborda a questão do cliente perguntar se está sendo obsidiado por algum espírito. E a resposta é a seguinte: Todos somos obsidiados, em maior ou menor grau. Quando não temos a alo-obsessão - a obsessão vinda de fora através de um espirito obsessor - e temos a auto-obsessão. Apoiando-se no Espiritismo, o AF ( como vou me referir nos textos a partir de agora) abre perspectivas novas e projeta luz naqueles que se debatem na aflição e dores. Com uma conversa agradável, evita-se atitudes de confessionários. O AF é de suma importância em uma casa espírita. Sem a fraternidade, a cultura e a civilização perdem todas as conquistas adquiridas com o sacrifício, para deixar que predominem o crime e a degradação. O AF é a porta de serviço edificante aberta a todas as criaturas  que perderam o rumo ou se perderam a si mesmas. Vale lembrar que pode ocorrer de o atendido não ser espírita e ser de outra crença ou religião, se podemos dizer. Já ouvi casos de frequentadores da Igreja Evangélica serem atendidas no centro espírita e de serem discretas sem que o pastor da sua Igreja soubesse O AF objetiva acender luz na treva, oferecendo roteiro no labirinto, proporcionar esperança no desencanto. Vale lembrar que o AF não dispensa a ajuda médica dos atendidos ( seja psiquiatras, psicanalistas, psicólogos e por ai vaí...). O centro espírita serve mais como um auxílio espiritual que se agrega ao auxílio médico. Um complemento. Vale lembrar que quando a pessoa tem um entendimento de ser imortal , da suas outra vidas pré-existentes e da vida pós a morte, o auxilio na cura é melhor. A fraternidade se doa, e nunca de impõe. É o doar-se ao próximo. Segundo Divaldo Franco, o AF é uma psicoterapia que modifica a estrutura do problema no individuo que se acerca da casa espírita com ideias que não correspondem à realidade. Ele fala que apesar de toda a ajuda do centro espírita e do AF, se a pessoa não se auxiliar interiormente, não terá resultado algum. A quantidade de passes, que muitos vêem como algo miraculoso, não adianta nada, se a pessoa não fizer a reforma íntima. Algo já tão debatido no blog. O atendente fraterno deve saber de todos os trabalhos que são realizados na casa espírita. 

A condição essencial para o atendente fraterno é a moral. Ser uma boa pessoa e ter conhecimento amplo do espiritismo. Segundo Divaldo, o Espiritismo é uma doutrina que não combate a Medicina, como muita gente pensa. O atendente fraterno deve fazer o papel de psicólogo espírita, mesmo que não tenha o curso acadêmico. O atendente fraterno é o psicoterapeuta; o passista, o terapeuta da ação. O livro fala do atendente não ficar íntimo do paciente e passar o número do telefone para ele. Para não haver relacionamento com o atendido do AF fora do centro espírita. Já aconteceu comigo, de eu estar trabalhando no TDM ( Tratamento da Depressão pelo Magnetismo) do centro espirita que frequento e um cliente me adicionar nas redes sociais e ele ficar me perguntando dicas para superar a depressão ( algo que também tenho e faço tratamento). Passei algumas dicas de Youtubers, mas tinham dúvidas que eu não conseguia responder, pois não sou psiquiatra, psicólogo, nem alguém especializado na doença, para auxiliá-lo. E às vezes, essa invasão nas redes sociais através do cliente, me importunava, pois era fora do centro espírita e ali no centro têm pessoas com mais capacidade e conhecimento para auxiliá-lo. Já que estou falando de depressão, vou falar da temática de problemas de personalidade com pessoas com processos obsessivos quando na realidade apresentam  conflitos, desajustes, traumas, transtornos psíquicos, enfim, que têm como o origem o próprio  indivíduo, que é um Espírito enfermo.

O livro fala para não doutrinar espíritos durante o AF.  Incorporações ocorrem, algumas vezes, através dos próprios atendidos em situação de descontrole emocional, obsessão instalada ou afloramento de mediunidade. A postura correta do atendente fraterno é chamar à lucidez o atendido-médium para que o espírito do atendido se afaste. Pode ser necessária um breve exortação austera ao Espírito com este propósito, seguida, em casos renitentes, de passes dispersivos. Não encaminhar ou indicar pessoas para reuniões mediúnicas e não asseverar para o atendido: Você é médium. O atendido tem que estudar a doutrina espírita  e ir se percebendo e criar as condições de usar o dom que tenha ou não. Afinal, todos somos médiuns. Mas cada um tem um grau de mediunidade. Não estimular que o atendido fale de outros centros ou dê queixa de outros centros espíritas que frequentou, pois é uma medida ética perante os outros centros. 

O que não pode se fazer no AF é dar garantias absolutas, prometer curas e maravilhas na vida do atendido, pois muitos fatores dependem apenas do atendido como a fé. O AF pode lidar com casos de garotas menores de idade ou não que querem realizar o aborto, e o AF deve a todo custo evitar esta tragédia. Em alguns casos, não apenas na relação do aborto, deve-se abordar o conceito do carma na vida dos atendidos, seja espírita ou não. A abordagem no AF da questão da reencarnação para novas oportunidades de reparação e crescimento espiritual. A frequência em centros espíritas, recebimento de passes, orações, e a abordagem da prática do Evangelho do Lar proposto por Jesus Cristo. Tem pessoas que realizam o Evangelho no Lar todos os dias, mas uma vez por semana é o suficiente para a proteção espiritual do lar, das casas vizinhas, do bairro e do planeta. Em casos de relacionamentos amorosos tumultuados, enxergar o parceiro como uma pessoa doente espiritualmente e lhe propor a terapia médica e espírita. Se o parceiro não aceitar, o auxiliar da maneira possível. 

No AF, devemos evitar expor as pessoas a constrangimentos desnecessários caso não queiram expor algum problema e estimular revelações de detalhes inoportunos e inúteis para o aconselhamento.

Uma equipe padrão de AF é composta basicamente de atendentes fraternos, recepcionistas, também chamados de monitores, e passistas liderados por um coordenador.  Adequadamente selecionada e todos treinados, passando por avaliações e reciclagens.  O atendido não deve escolher o atendente fraterno. Coloca-se como pré-requisito do atendente fraterno a habilidade para aplicar passes, porque, havendo necessidade, poderá complementar a sua ação socorrendo o atendido com aplicação de bioenergia. Precisa ter cuidado e precisa da permissão do atendido, caso o atendido não seja espírita e desconheça o passe. Cada AF tem no máximo 30 minutos. Este livro em questão é adotado como base na Doutrina Espírita e tem como diretrizes de funcionamento, a trilogia ESPIRITIZAR, QUALIFICAR E HUMANIZAR, prevista pela mentora Joanna de Ângelis, que deverá sempre ser difundida entre todos os componentes do setor. O AF é o ouvir o próximo, é o acalentar o próximo, o necessitado, o doente espiritual. É sabermos através desta atividade que todos nós temos problemas!  

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