Por Miguel Calil
12 de outubro de 2024
Atualização - 26 de outubro de 2024
Francisco nasceu em um estábulo na cidade de Assis, na Itália, no século XII. Hoje é um santo italiano católico muito querido. Segundo o autor da obra, uma cópia perfeita de Jesus Cristo. Nasceu Giovanni (João) di Pietro di Bernardone, cujo primeiro nome foi dado pela mãe em homenagem a São João Batista. O pai Pietro di Pietro di Bernardone, mudou o nome para "Francesco" (Francisco), isto é "francesinho", um desejo do pai de homenagear os franceses ( o pai era um rico mercador de tecidos), com quem mantinha negócios. Francisco era de um família burguesa. Durante boa parte da vida seguiu uma vida de burguesia e festas, mas depois de um tempo esta vida passou a perder sentido. Largou a vida de rico, passou a ter uma vida simples ( passou a ser um andarilho, se podemos dizer), ajudou a reconstruir e construir Igrejas e ajudar os necessitados, como por exemplo, curar os leprosos e dar atenção a quem precisasse. Segundo o maravilhoso livro de José Carlos de Lucca, Simplesmente Francisco, aquela lição do estábulo um dia eclodiu fortemente na juventude de Francisco. O nascimento de Jesus na manjedoura é um dos mais sublimes ensinamentos espirituais que a humanidade recebeu: o Espírito excelso do Cristo se torna criança num estábulo, despido de todo orgulho e vestido de toda simplicidade. A mãe de Francisco aceitou de boa a nova vida que o filho escolheu para ele: de caridade ao próximo e viver da simplicidade. O pai já renegou o filho. O livro Simplesmente Francisco não se trata de uma biografia de Francisco; são reflexões que o autor extraiu da vida de Francisco, de modo a ajudar o leitor a encontrar o sentido da nossa. São Francisco é o padroeiro dos animais (ele em vida conversava com os animais) e padroeiro da ecologia. O dia de São Francisco é celebrado no dia 04 de outubro, dia de sua morte, em 1226.
Oração de São Francisco de Assis:
"Senhor, Fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor, Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna!"
Deus conversava com frequência com Francisco de Assis através da consciência. E não apenas São Francisco, mas todos nós podemos.
No capítulo 18, Vaso Perfeito?, o autor José Carlos de Lucca fala que a maioria dos espíritos que se encontram na terra (incluindo o autor) ainda é formada por almas imperfeitas (predomínio do ego ). E ele fala que estamos muito distantes da condição de espíritos perfeitos. Então como entender de forma racional a busca pela perfeição? Compreendendo que ela é um processo longo, é uma estrada continua, um horizonte distante, que aponta para onde deveremos seguir e que baliza o sentido da caminhada. que por muito tempo, ainda teremos que conviver com as nossas imperfeições, erros, fragilidades e ignorância. E de que forma faremos isso, argumenta o escritor? Geralmente, aqueles que e lançam no caminho religioso buscam ardentemente a perfeição imediata. Tornaram-se tão obcecados pela iluminação espiritual que se tornam perfeccionistas, demasiadamente exigentes, cobradores rigorosos, implacáveis com a condição humana, a sua e a dos outros. Fazendo um paralelo com o livro Reforma Íntima sem Martírios de Wanderley de Oliveira com o espírito de Ermance Dufaux que aborda a questão da nossa melhora como ser humano. O título do capítulo relata uma história de Francisco de Assis que tinha o inatingível desejo de construir um vaso perfeito, algo que tirou a paz de Francisco, que o fez quebrar o vaso. Tinha o desejo da perfeição do vaso, algo inatingível. Nem ele, Francisco de Assis, seria perfeito. O autor fala de buscarmos o aperfeiçoamento, não a perfeição. No capítulo 21, Somos Um, aborda-se a questão da pandemia que faz parte da transição planetária, que aconteceu a partir de 2020. e na obra de José Carlos de Lucca, ele cita o virologista francês Christian Brechot, que explicou que 70 % das epidemias e pandemias são zoonoses, ou seja, doenças transmitidas por animais, e isso está ocorrendo por conta da urbanização, do desmatamento, da migração humana e do aquecimento global. Vale ressaltar, o acontecimento no Rio Grande do Sul, no Brasil, com as enchentes em 2024.
Mesmo de padecer de algumas enfermidades, Francisco de Assis chegou a curar pessoas através de curas pela sua mão: curou paralíticos, cegos, mulheres à beira da morte durante o parto, hidropsia ( acumulação anormal de líquido em tecidos ou em cavidades do corpo).
Francisco, segundo a obra, foi um mestre na arte do encontro. Ele tinha o dom de aproximar opostos, de reconciliar inimigos, de restaurar vidas em conflito, de iluminar o caminho dos que andavam nas trevas, enfim, de fazer com que os perdidos encontrassem o próprio caminho.
O livro aborda também a relação de Francisco com Clara Offreducci, um jovem loira que renega também a sua vida nobre de uma família de Assis ( os pais também não aceitam a nova forma de viver da filha) para aceitar a vida de renúncia dos luxos e o voto de pobreza. Nascia, assim, aquela que o mundo conheceria como "Santa Clara". Há de se destacar a importância da presença de Clara na vida de Francisco. Não poucas vezes, o "pobrezinho" como era conhecido, diante de tantos sofrimentos, buscava em Clara o apoio, a força e a inspiração para suas lutas diárias. Francisco de Assis antes de morrer chegou a se aproximar de Clara e doente, aos 44 anos, faleceu, indo de encontro na espiritualidade com o Cristo. Francisco pediu ao mestre na espiritualidade: "Mestre, se porventura mereço a Tua benção, que ela seja dada aos companheiros que ficaram no mundo. Eles carecem da Tua ajuda agora e sempre".
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