Por Miguel Calil
26 de junho de 2024
O livro em questão é O Poder do Agora do conselheiro e mestre espiritual alemão Eckhart Tolle. Até os 30 anos, era extremamente ansioso, sofria de depressão e tinha fortes tendências ao suícidio. Durante um bom tempo, abriu mão de tudo no plano físico: não tinha mais emprego, casa, relacionamentos, nem uma identidade definida. Se entregou à espiritualidade e passou a viver com mestres iluminados. O livro fala de mente, do auto-controle da mente e dos nossos pensamentos. O ego se mantém ou no passado ou no futuro, nunca no presente, e fala do poder de mantermos a nossa mente no presente. O sofrimento em boa parte do tempo está em mantermos nossa mente no passado ou no futuro (sendo que em muitas das vezes o futuro será realmente diferente do que imaginamos, não adiantando a preocupação e ansiedade). Preocupação: pré-ocupar a mente. Fala das emoções que é o reflexo da mente no corpo e do sofrimento que pode se manifestar como uma irritação, um sinal de impaciência, um ar sombrio, um desejo de ferir ( corpo de dor ), sentimentos de raiva, ira, depressão ou uma necessidade de criar algum tipo de problema em seus relacionamentos. Fala da dissolução do sofrimento do passado e o sofrimento emocional do corpo. Alguns ensinamentos falam que o sofrimento é uma ilusão. Devemos acessar o Poder do Agora. Por que a sociedade se tornou tão autodestrutiva? Acontece que as forças destrutivas da vida ainda são energia vital. Nós precisamos estar presentes e alertas para sermos capazes de observar o sofrimento de um modo direto e sentir a energia que emana dele. Enquanto estivermos identificados com as nossas mentes e tivermos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, a angústia será a nossa companhia constante. Um outro aspecto do sofrimento emocional é a sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. A necessidade de sempre ter algo para nos preencher. Uma carência intensa. A necessidade de satisfazer o ego e aliviar o sofrimento. Enquanto o ego dirige as nossas vidas, não nos conseguiremos sentir à vontade, em paz ou completos, excetos por breves períodos. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição neste exato momento. Fala de deixar o passado morrer. Faz menções ao livro clássico Um Curso em Milagres. O livro A Course in Miracles ( Um curso em milagres ) expressa essa verdade de modo comovente: “Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Aqui reside a paz de Deus”. Muito também se fala de ego em Um Curso em Milagres. E O Poder do Agora não deixa de fazer um paralelo indiretamente com O Caibalion em algumas ocasiões. Fala da verdadeira natureza do espaço e do tempo em alguns debates que são bastante calorosos e complexos em alguns momentos. Fala de portais como o da morte, sendo o fim da ilusão. Todo portal é um portal da morte, da morte do falso eu. Percebemos que a morte é uma ilusão, da mesma maneira que a nossa identificação com a forma era uma ilusão. Fala-se da paixão, do apego ao ser apaixonado, dos vícios como bebidas e cigarro, para suprir o vazio existencial. Vicios passageiros. Fala-se da necessidade do ser humano ter alguém como companhia para suprir alguma carência interna. Fala que todo vício surge de uma recusa inconsciente de encarar nossos próprios sofrimentos - seja álcool, comida, drogas legais ou ilegais, ou mesmo uma pessoa. Esta é uma das razões pela qual muitas pessoas estão tentando escapar do momento presente e buscando uma salvação no futuro. Se ao menos soubessem, como no Agora, é fácil acessar o poder da presença que dissolve o passado e o sofrimento. Fala do fim dos dramas em nossas vidas:" Quando vivemos em uma completa aceitação do que é, todos os dramas da nossa vida chegam ao fim." Fala da impermanência e dos ciclos da vida, os altos e baixos da vida dos seres humanos. "A natureza cíclica do universo está intimamente ligada à impermanência de todas as coisas e situações. A lei do ritmo no O Caibalion. " O mundo tal qual se apresenta para nós é em grande parte um reflexo da mente. Sendo o medo uma consequência inevitável da ilusão criada pelo ego, é um mundo dominado pelo medo" Fala da negatividade presente nos seres humanos. Nenhuma outra forma de vida no planeta conhece a negatividade, somente os seres humanos. Como impedir que a negatividade surja, segundo a obra? O ser humano deve estar completamente no presente. São poucas as pessoas que conseguem manter um estado contínuo de presença. ... "Nesse nível profundo, a compaixão se torna um remédio no sentido mais amplo. Nesse estado , a sua influência curativa se baseia não no fazer, mas no ser. Todas as pessoas com quem você mantiver contato serão tocadas pela sua presença e afetadas pela paz que você emana, quer elas estejam ou não conscientes disso... A sua paz será tão grande e profunda que tudo que não for paz desaparecerá nela, como se nunca estivesse existido. Isso quebra o ciclo cármico de ação e reação. Fala sobre o significado da entrega, a aceitação do agora: " A entrega é a sabedoria simples mas profunda de nos subtermos e não de opormos ao fluxo da vida. Fala do livrar-se da resistência. "Se há infelicidade, negatividade ou qualquer forma de sofrimento, significa que existe resistência, e a resistência é sempre inconsciente." No finalzinho do livro fala da importância da palavra perdão. "Perdão" é uma palavra que vem sendo usada há mais de dois mil anos ( Jesus já falava e pregava muito sobre perdão), mas a maioria das pessoas tem uma visão muito limitada do que ela significa.(..) "Somente acessando o poder do Agora, que é o seu próprio poder, pode haver um verdadeiro perdão. Isso tira a força do passado e você percebe, profundamente, que nada que você fez ou que os outros lhe fizeram poderia atingir, nem de leve, a radiante essência de quem você é. Todo o conceito de perdão se torna desnecessário."
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